Transplante renal devolve qualidade de vida a jovem de 25 anos

  • 28 de outubro de 2025
transplante

Aos 25 anos, o caibateense Arthur Herter Trindade comemora uma nova fase da vida após receber um transplante renal no dia 9 de outubro, realizado no Hospital de Clínicas Ijuí (HCI). O procedimento marca o fim de uma longa jornada de tratamento contra um diagnóstico de glomerulonefrite crônica, iniciado há cerca de dois anos, quando o problema foi identificado após episódios de pressão alta.

Por um período, Arthur enfrentou a rotina exaustiva do tratamento. “Acordava às cinco da manhã e viajava para Ijuí três vezes por semana. Foi um período difícil, mas sempre tive muito apoio e fui muito bem atendido. Também fiz diálise peritoneal por um tempo”, relembra.

Inicialmente, o transplante seria feito com doador vivo — o pai de Arthur, de 57 anos. “Tanto ele quanto minha mãe eram compatíveis, e meu pai seria o doador. Mas acabou surgindo um órgão compatível de um doador de 33 anos, o que evitou possíveis complicações futuras na saúde dele. Foi um presente de Deus”, conta emocionado.

De acordo com a nefrologista e responsável técnica pelo transplante, Dra. Ana Lúcia Doile, o procedimento ocorreu sem intercorrências e a recuperação de Arthur tem sido excelente. “O transplante foi tranquilo, e a evolução está sendo ótima. Ele recebeu alta na semana passada”, explica a médica.

A especialista também ressalta a importância da compatibilidade entre doador e receptor. “Com certeza, ter recebido um rim de um doador jovem e sem doenças aumenta a expectativa de duração do enxerto — ou seja, do rim transplantado. A sobrevida do órgão vai depender muito dos cuidados do paciente, da prevenção de infecções e do uso correto das medicações”, detalha.

O acompanhamento após o transplante é rigoroso e contínuo. “Nos primeiros três meses, as consultas são semanais; depois passam a ser quinzenais e, em seguida, mensais. Somente após o primeiro ano é possível espaçar os retornos para a cada dois ou três meses”, explica a nefrologista.

Agora, recuperando-se bem do procedimento, Arthur faz planos para o futuro. Ex-estudante de Educação Física, ele pretende retomar os estudos, voltar à academia e conquistar a carteira de motorista.
Além disso, deixa uma reflexão sobre a importância da
doação de órgãos: “Muitas pessoas sofrem na hemodiálise, e nem todo mundo fala sobre isso. Acham que nunca vão precisar, mas é importante se colocar no lugar do outro. A doação transforma vidas.”

No Hospital de Clínicas Ijuí, os transplantes renais são realizados desde 1986, totalizando atualmente mais de 120 procedimentos. Participaram desta cirurgia os médicos cirurgiões vasculares Ana Lúcia Caetano e Alencar Proença, os urologistas Gilnei Penno e Leonardo Bandeira, a anestesiologista Leticia Machado Roehrs, e a nefrologista Ana Lúcia Doile.

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