HCI reforça importância da doação de órgãos

  • 27 de setembro de 2021
dia-mundial-da-doacao-de-orgaos-2021cfb4b7cdf26adda0c41659a91cde9a0e

Falta de mais esclarecimento dos familiares é a principal dificuldade enfrentada pelo Hospital de Caridade de Ijuí (HCI) e demais entidades de Saúde quando o assunto é doação de órgãos. Para conscientizar o maior número de pessoas sobre a importância do tema, a Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott) da instituição vem desenvolvendo, desde a última semana, atividades dentro da campanha Setembro Verde, e que marcam também o Dia Mundial de Doação de Órgãos, celebrado hoje.
Conforme a coordenadora da Cihdott do HCI, enfermeira intensivista Dircelene Heck, o objetivo é divulgar o assunto entre os colaboradores, pacientes e familiares, buscando mobilizá-los para que conversem com seus familiares e, em seus meios de convivência social, possam se tornar disseminadores de informações. “A doação somente é possível com consentimento familiar. O potencial doador deve verbalizar em vida sua vontade de doar órgãos, e a doação só acontece por esse ato de amor da família, de solidariedade com o próximo, porque sabemos que as filas de espera têm um grande número de pessoas à espera de uma doação”, frisa Dircelene, lembrando que documentos expressando o desejo de ser um doador não têm validade legal, ficando a decisão restrita aos familiares.
A Cihdott do HCI, criada em 2008, é formada por uma equipe multiprofissional composta por médico e enfermeiros. “É um trabalho de grande relevância para a sociedade, de muita responsabilidade, extremamente ético. A Cihdott acompanha a família oferecendo suporte, apoio psicológico e a oportunidade para mesmo em um momento de muita dor e delicado, poder decidir pela doação de órgãos, que só é possível através de um gesto de muito amor ao próximo, de empatia e solidariedade”, acentua Dircelene.
A definição de quais órgãos e tecidos serão doados é de responsabilidade da Central de Transplantes, a partir dos resultados de exames clínicos, complementares e de imagem, feitos no potencial doador no HCI. Em 2021, foram abertos 10 protocolos até o momento, que resultaram em duas captações, dois tiveram contraindicações, devido a alterações de exames, e seis recusas familiares. “O trabalho com a família é delicado, porque precisamos prestar apoio desde a admissão do paciente na UTI. A equipe se mobiliza para tentar proporcionar todo o apoio psicológico e tudo que a família necessitar nesse momento, que é de extrema dor”, conta a coordenadora da Cihdott. “Há bastante resistência por parte das famílias quanto à doação de órgãos, e isso acontece porque a maioria das pessoas não quer falar sobre a morte, e existem muitos tabus e falta de informações em relação ao assunto.”
Por estar localizado no interior do Estado, a logística, por vezes, também pode ser prejudicial à doação, já que é necessário transporte aéreo. “Em virtude do tempo de isquemia entre a retirada e o transplante, cada órgão possui um tempo específico. Como a distância é grande, o acesso aos hospitais, especialmente do interior, se dá por meio de aeronave e tudo precisa estar muito bem sincronizado entre as equipes para que não haja falhas no processo. Essa logística também é imprescindível para liberação o mas rápido possível do corpo a essa família que optou por realizar esse ato tão nobre”, supervisora de Enfermagem do HCI, a enfermeira Francieli Krey.
Para reduzir as barreiras à doação de órgãos, a Cihdott realiza um trabalho intenso de divulgação interna, nos três turnos, realizando a entrega de informativos, adesivos e o laço da campanha. “Se cada um disseminar em sua família, em seu meio de convivência, temos um trabalho proveitoso de conscientização na comunidade, porque somos 1,2 mil colaboradores”, finaliza Dircelene.

error: Este conteúdo está protegido!