O Hospital de Caridade de Ijuí (HCI) fez a segunda captação de órgãos para transplante, deste ano, na sexta-feira, dia 20. A Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) da instituição faz todo o trabalho com os familiares do paciente, sendo responsável também por comunicar a Central de Transplantes de Porto Alegre.

“Com relação à captação de órgãos é fundamental o contato da Cihdott com a família, que é quem autoriza. A partir da autorização, damos início a todo o processo. É importante que o doador passe as informações em vida para que a família saiba desse desejo. A equipa também precisa estar unida e organizada com toda a documentação, exames e testes o mais rápido possível para efetuar a captação de órgãos”, explica a coordenadora do Centro Cirúrgico, Arlete Frantz Bronzatto.

Concluídos os trâmites burocráticos, a Central de Transplante de Porto Alegre encaminhou uma equipe ao HCI, onde foi realizada a captação dos rins e do fígado de paciente que teve morte encefálica na instituição. Os órgãos são destinados a pessoas que aguardam na fila de espera por transplantes, sendo feita a busca inicial por um receptor na região e no Estado; quando não encontrado, parte-se para a lista nacional.

“Em relação a captação que ocorreu, nós, enquanto equipe, nos sensibilizamos e nos solidarizamos com a família que apesar do momento de sofrimento da perda conseguiu ser generosa em optar pela doação de órgãos e ajudar outros pacientes que esperam na fila”, coordenadora da Cihdott, Dircelene Bertollo Heck.

No próximo mês é celebrado o Setembro Verde, dedicado ao incentivo e conscientização da importância da doação de órgãos. O Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado no dia 27 de setembro, também visa fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto que, apesar da ampliação da discussão do tema nos últimos anos, ainda é polêmico e de difícil entendimento, resultando em um alto índice de recusa familiar.

Embora a taxa de notificação de potenciais doadores de órgãos tenha aumentado 13% no primeiro semestre de 2021, o número de doadores efetivos caiu no mesmo percentual (13%). Segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a queda se deve à perda de 24,9% na efetivação da doação. Isso porque ocorrer aumento de 44% na taxa de contraindicação, em parte pelo risco de transmissão de covid-19 ou pela dificuldade de fazerem o teste PCR para a detecção da doença ou para obter o resultado rapidamente.

Aceitar doar os órgãos de um ente querido pode ser muito difícil, mas é um gesto que salva muitas vidas. Uma única pessoa sendo doadora pode possibilitar a realização de até dez transplantes e é nesse sentido que a Cihdott realiza campanha de conscientização e incentivo à doação de órgãos, no próximo mês.