Há três anos, Thais Saldanha, moradora de Palmitinho, foi diagnosticada com câncer de cabeça e pescoço no Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Hospital de Clínicas Ijuí (HCI). Com um pequeno nódulo no lado direito do pescoço, a jovem, que na época tinha 20 anos, conta que buscou auxílio médico após uma brincadeira com o filho, de dois.
“Eu tinha esse caroço já fazia um tempo e nunca me importei. Até que um dia, o Gabriel se pendurou no meu pescoço, em uma brincadeira, e ele expandiu. Era abril de 2021 quando comecei a investigação e descobri que era um carcinoma mucoepidermoide”.
O tumor, explica o médico cirurgião de cabeça e pescoço Robledo Alievi, é um câncer de glândula salivar. Ele não é tão frequente e não tem fator de risco pré-determinado. “Essa é uma doença aleatória. Nesses casos, não existe prevenção, mas a importância está no diagnóstico precoce. A nossa orientação é que as pessoas tenham os cuidados com os hábitos em geral e em se autoconhecer, pois cabeça e pescoço são áreas que, ao contrário de outras, apresentam sinais, como nódulos, feridas, rouquidão insistente, indicando que é preciso procurar um médico”, diz o especialista, que atua como coordenador do serviço no HCI.
Em agosto do mesmo ano, Thais fez um procedimento cirúrgico para retirada do nódulo. “O mais difícil foi até chegar a cirurgia, pois fui incontáveis vezes de Palmitinho a Ijuí, sentia muita dor e precisava tomar injeções para cessá-la. Segui o acompanhamento médico a cada quatro meses e, agora, a cada seis. Foi algo muito inesperado, uma fase de muitos questionamentos, mas fico feliz em saber que superei”, relata.
Cânceres de boca e de pele são mais frequentes na região Noroeste do RS
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê 48.530 novos casos de câncer de cabeça e pescoço em 2024, incluindo tumores na cavidade oral, tireoide, laringe e câncer de pele melanoma, que também atinge a região da cabeça e pescoço. Na região Sul do país, os tipos mais frequentes são na cavidade oral e de pele melanoma. “No caso do câncer na cavidade oral, conhecido como câncer de boca, os fatores de risco são o consumo do tabaco e do álcool. Já o de pele, principalmente aqui na nossa região, é comum porque temos muitos agricultores, pessoas que trabalham em excessiva exposição ao sol, e nem sempre fazem o uso do protetor solar”, explica Murilo de Oliveira, médico cirurgião de Cabeça e Pescoço do HCI.
O tratamento de enfermidades relacionadas à cabeça e pescoço é realizado de acordo com a necessidade individual do paciente, envolvendo profissionais de diversas áreas. “Ele é avaliado pelo estágio da doença, o local, o tamanho, entre outras particularidades. Normalmente, o tratamento ocorre em três modalidades: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Cada doença tem sua história e o plano terapêutico ideal. Para isso, temos um trabalho conjunto com nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, radio-oncologista, oncologista e cirurgião”, destaca Alievi.
O HCI é referência em Cabeça e Pescoço para 145 municípios, realizando uma média de 2,2 mil atendimentos por ano, cerca de 300 cirurgias e mais de cem tratamentos de Radioterapia e Quimioterapia nesta especialidade.
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