Segunda principal causa de morte em todo o mundo, o câncer deve registrar 24,6 milhões de novos casos em 2030, estima o Global Cancer Observatory, ferramenta da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a quantidade deve chegar a 787 mil, totalizando 358 mil mortes. Para chamar a atenção para esses números e a importância da prevenção é que, em 4 de fevereiro, é lembrado o Dia Mundial do Câncer, iniciativa da União Internacional para Controle do Câncer (UICC).
“A tendência é que a prevalência aumente no decorrer do tempo porque nós melhoramos os métodos diagnósticos e a sobrevida dos pacientes em razão dos avanços nos tratamentos”, observa Letícia y Castro, médica oncologista do Hospital de Clínicas Ijuí (HCI) e coordenadora médica do Núcleo de Ensino e Pesquisa da instituição.
De acordo com a profissional, um dos maiores avanços na área da oncologia, hoje, é a análise genética, a fim de compreender quais são as chances que ele tem de desenvolver a doença, além de avaliar a resposta dos tumores ao tratamento.
“A medicina de precisão nos permite tratar um tumor baseado nas mutações genéticas que ele tem, o que é uma grande evolução. Recentemente, estamos descobrindo mais dessas mutações, o que oportuniza o desenvolvimento de medicamentos muito mais específicos”, explica a médica.
Outro tipo de tratamento que tem se popularizado é a imunoterapia, que tem como objetivo fortalecer o sistema imunológico do paciente para que ele mesmo combata o câncer. Embora não seja indicado para todos os tumores, boa parte deles responde ao tratamento de forma eficaz e por mais tempo em comparação à quimioterapia, diz a oncologista.
Fatores de risco podem ser evitados
A prevenção ainda é a principal ferramenta para reduzir o número de casos de câncer. Muitos dos fatores de risco para desenvolvimento da doença estão relacionados aos hábitos de vida, como tabagismo, abuso de bebidas alcoólicas, dieta inadequada, controle do diabetes e sedentarismo. Para a OMS, cerca de um terço dos casos da doença poderiam ser evitados com mudanças nesses fatores.
“Há dados interessantes sobre exercício físico, por exemplo. Ele ajuda a reduzir o risco de câncer de intestino em até 50%, e, de mama, em até 40%, mesmo naquelas mulheres com predisposição genética”, destaca a oncologista.
O câncer de colo de útero é outro que pode ser prevenido por meio da vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV), rotina de exames preventivos e proteção nas relações sexuais, completa Letícia.
Ijuí tem único Cacon do interior gaúcho
Referência para mais de um terço da população do Rio Grande do Sul e com o único Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do interior do Estado, o HCI tem 79% dos seus atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e mantém uma oncologia adulta que atende 95% via SUS.
Em 2023, o tumor mais diagnosticado no Cacon – com exceção do câncer de pele não-melanoma – foi o de mama, com 400 novos casos e 1,2 mil pacientes em tratamento ativo. No câncer de próstata, foram 280 novos registros e 630 pacientes em tratamento.
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