Cacon, referência regional, alerta a população

  • 4 de fevereiro de 2022
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Cerca de 10 milhões de pessoas morrem por câncer a cada ano, sendo esta a segunda causa de mortes no mundo e logo ultrapassará as causas por mortes cardiovasculares, como infarto e  AVC, se tornando a primeira causa de morte no mundo.
É neste contexto que o Dia Mundial de Combate ao Câncer, lembrado hoje, surge para ampliar a consciência e a educação sobre a doença. “Além disso, e ainda mais impactante, é que um terço dos casos de câncer estão associados a fatores preveníveis, ou seja, de fatores modificáveis. Isso quer dizer que é possível reduzir os risco de câncer com medidas preventivas, conscientização da população, e envolvimento e engajamento de cada indivíduo”, alerta a médica oncologista Rafaela Piccoli, que também coordena o Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Hospital de Caridade de Ijuí (HCI).
A prevenção tem um papel crucial no combate ao aumento de casos de câncer em todo o mundo, e, se não adotarem medidas urgentes de conscientização e desenvolverem estratégias práticas para lidar com a doença, a previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para 2025 é de que 6 milhões de mortes prematuras ocorram por ano somente no País – estima-se que 1,5 milhão de mortes anuais poderiam ser evitadas com medidas adequadas.
Entre os fatores de risco para a doença, Rafaela destaca o consumo excessivo de álcool e o tabagismo,  ainda muito prevalente na nossa comunidade. “O consumo de álcool, não somente de forma intensa, mas também moderada, aumenta o risco de câncer, principalmente de cabeça e pescoço, de cólon, de fígado e de estômago. Já o tabagismo contém mais de 80 tipos de substâncias cancerígenas, que predispõem o indivíduo a desenvolver câncer e os tipos mais comuns são de pulmão, boca, garganta, bexiga, entre vários outros”, enumera a oncologista.
Rafaela lembra que a infecção por HPV também é um fator causal de muita relevância para o câncer de útero e de boca, e é extremamente prevenível, uma vez que é adquirida através de relações sexuais desprotegidas, sendo que o uso de preservativo reduz a chances de contraí-la. “Atualmente, temos a vacina contra o HPV, e esperamos que em 10-20-30 anos os números de cânceres de colo de útero caiam drasticamente, mas para isso precisamos da conscientização da população para a vacinação e o uso de preservativo. Para se ter uma ideia da importância disso, o câncer de colo de útero é o terceiro tipo entre as mulheres no Brasil, e em nossa região é uma doença extremamente comum”, pontua.
“Outros fatores de risco que são modificáveis estão relacionados a hábitos de vida: o sedentarismo, o tipo de dieta e diretamente relacionado, a obesidade. Sabemos que a obesidade está relacionada ao câncer de pâncreas, estômago, endométrio e mama, entre outros. A atividade física e uma dieta saudável vão impactar diretamente na obesidade e reduzir as chances de desenvolver esses tipos de câncer”, acentua a médica Rafaela.
Para marcar a data, o Cacon do HCI realizou uma atividade de orientação com os pacientes que estavam Sala de Espera da unidade, na manhã de hoje. A dinâmica contou com orientações sobre a importância de manter uma alimentação saudável e da hidratação durante o tratamento e na recuperação, pela nutricionista, Isabele Kremer, e também da necessidade de atividades físicas, com a fisioterapeuta Carla Muraro.
“Quero destacar a importância de uma alimentação o quanto mais natural possível, com frutas, saladas, verduras e fibras, do acompanhamento, e também da ingestão de muitos líquidos. Nesses calores extremos, a umidade do ar fica muito baixa e nos desidratamos. Em relação aos suplementos alimentares, para quem tem indicação, peço que cuide e faça o acompanhamento, e para realizarmos as possíveis trocas, e sobre o álcool, o consumo não é indicado”, orienta Isabele.
Carla acentuou também a importância da conscientização da população em relação aos exames preventivos e também ficar atento aos sinais emitidos pelo corpo. “Devemos ficar atentos a tudo que ele nos mostra, as alterações, e não ficar esperando por meses para procurar ajuda”, disse, acrescentando que se movimentar é essencial. “Quanto à atividade física, existe um tabu de que quem está em tratamento não pode fazer, mas isso é algo que já ficou no passado. Hoje, há muitos estudos sobre a importância da atividade física, não somente antes, mas também durante o tratamento, se movimentar. Uma caminhada, às vezes, de 15-20 minutos ajuda bastante. Oriento aos pacientes que conversem conosco, que iremos orientá-los sobre atividade física com base nos exames, e estamos aqui para oferecer esses serviços para vocês.”
O Cacon do HCI realiza 9 mil atendimentos mensais em média e abrange 120 municípios da Macrorregião Missioneira, o que equivale a uma população de 1,5 milhão de pessoas.  Em 2021, foram registrados 2.520 novos casos de câncer, sendo o de mama o principal tipo, com 718 novos diagnósticos, seguido por próstata, 326, e de cólon, 176. Atualmente, 5.740 pessoas estão em tratamento no Cacon, sendo 46% por câncer de mama (2.607). Ainda no ano passado, foram realizadas 32.236 sessões de quimioterapia, das quais, 28.790 via SUS (89,3%); 105.055 campos tratados de Radioterapia, sendo 86.013 via SUS; e 633 inserções de Braquiterapia, das quais 574 via SUS (91%).
O Serviço dispõe de consultórios médicos exclusivos para atendimento oncológico, com dias e horários específicos por especialidades médicas, ampla sala de espera para acomodar os pacientes e acompanhantes, e recentemente teve sua nova Ala inaugurada, ampliando o atendimento. O telefone para contato é 55 3331 9375.

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