Mais um marco histórico foi atingido pelo Hospital de Caridade de Ijuí (HCI) hoje, com a realização de procedimento inédito no Noroeste, e que havia sido feito somente uma vez no Estado, em Lajeado. Com isso, o HCI desponta ainda mais na área da Saúde ao oferecer serviços de ponta a seus pacientes.
Realizada na tarde de ontem, em duas pacientes, pelo médico cirurgião de cabeça e pescoço do HCI, Robledo Alievi, a ablação por radiofrequência é um procedimento considerado minimamente invasivo e é uma das recentes alternativas para tratar nódulos de tireoide sem cirurgia.
Alievi, segundo cirurgião a realizar o procedimento no Rio Grande do Sul, teve como tutor o médico cirurgião de cabeça e pescoço, Gustavo Philippi de Los Santos, pioneiro em cirurgia de tireoide com método que não deixa cicatriz.
Muito utilizada em países como Itália e Ásia, a técnica chegou ao Brasil em 2017, e já é realizada com frequência no Rio de Janeiro e São Paulo.
“O procedimento atingiu todas as nossas expectativas. É importante frisar que chegar a um momento de fazer essa abordagem terapêutica invasiva, mas menor do que um procedimento cirúrgico, não é simplesmente ter a vontade, marcar, alguém te ensinar e você fazer. Esse é o ápice de uma jornada que teve início há dois anos. A técnica começou no Brasil em 2017, tímida, e em 2019, percebi que era algo que tinha bastante futuro e perspectiva e era necessária a aquisição de conhecimento até chegar ao momento de poder aplicá-la. Em 2019, comecei a me preparar, fazendo cursos de ecografias, punção, e a aplicar os exames e procedimentos em nível de consultório, e quando me senti preparado para efetivamente fazer o procedimento, a pandemia atrasou um pouquinho logicamente, mas nem tanto, e agora achamos que era o memento de partir para a prática, pois estávamos com uma experiência boa nos métodos necessários. Transcorreu tudo muito bem. O doutor Gustavo foi um ótimo orientador, eu já tinha participado de procedimentos no mês passado, em Florianópolis, acompanhando-o. Os casos selecionados foram bons para uma primeira abordagem. O anestesista foi o doutor Diógenes Bortolini, que foi muito bem, porque o procedimento não é realizado com anestesia geral, é apenas uma sedação, e tem um jeito certo para fazer, e ele foi muito habilidoso, excelente. O tempo nos procedimentos foi adequado, e as pacientes já deram alta do hospital”, explica o doutor Robledo.
Nesse procedimento, uma agulha é inserida até o nódulo, com o auxílio do aparelho de ultrassom, sendo posteriormente ligada a um aparelho de radiofrequência para queimá-lo, causando sua diminuição após alguns meses. É um procedimento ambulatorial que não necessita de anestesia geral e o paciente é liberado poucas horas depois, podendo retomar às suas atividades diárias.
“O HCI não mediu esforços na questão estrutural de fornecer o que precisávamos, uma sala adequada, tempo, material deslocado de outros setores para podermos realizar o procedimento, nos cedeu o aparelho de ultrassom novo, recentemente adquirido, e de excelente qualidade, elogiado pelo doutor Gustavo pela imagem. Foi tudo muito de acordo com o que imaginávamos, e dentro do contexto do Hospital é algo que vemos há muito tempo no HCI, que sempre busca coisas novas, propiciar a seu corpo clínico tudo que for necessário para que a gente possa estar sempre na ponta em relação aos tratamentos médicos”, destaca o médico Robledo.
Também acompanhou o procedimento, o médico cirurgião de cabeça e pescoço, Murilo de Oliveira, recentemente formado no Hospital Santa Rita, de Porto Alegre. “Ele foi residente de Cirurgia Geral no HCI e voltou a meu convite para trabalhar conosco. Ele não participou efetivamente do procedimento, porque a atuação é individual basicamente, mas acompanhou, dentro do contexto de que estamos estabelecendo uma parceria”, acentua.
A tireoide é uma das maiores glândula do corpo humano e tem forma de borboleta (com dois lobos), localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão – ou popularmente, gogó -, sendo responsável por regular a função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins.
Conforme a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida. O que não significa que sejam malignos – somente 5% são cancerosos. O reconhecimento deste nódulo precocemente pode salvar a vida da pessoa.
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