A cada 10 bebês nascidos, um é prematuro, e, a cada 40 segundos, um deles morre, apontou a segunda edição do documento Born too soon: decade of action on preterm birth, elaborado por especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS)/Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e de outras instituições mundiais. No Brasil, informações do DataSUS revelaram que, no ano passado, o número de nascimentos prematuros superou os 292,7 mil. Com o intuito de sensibilizar a sociedade sobre esse tema, o 17 de novembro é considerado o Dia da Prematuridade.
Por definição, prematuros são aqueles bebês que nascem antes das 37 semanas de gestação, o que aumenta o risco de complicações causadas pela imaturidade de alguns sistemas e também de infecções. Dentro da prematuridade, existem vários graus, conforme o tempo de permanência do bebê no útero materno, explica o médico pediatra e neonatologista Mauricio Bortolini. Consideram-se prematuros tardios aqueles nascidos entre 36 e 37 semanas. Das 31 até as 36, são pré-termo moderados, enquanto aqueles que nascem entre 24 e 30 semanas são chamados de pré-termo extremos, detalha o especialista, que é o responsável técnico pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital de Clínicas Ijuí (HCI).
“A prematuridade muda muito. A evolução de um bebê de 25 semanas é muito diferente daquela do recém-nascido de 36”, observa Bortolini.
Embora não seja possível apontar um fator simples, o que se sabe é que, na maior parte dos casos, o nascimento antecipado é ocasionado por causas maternas. Doenças hipertensivas, infecção materna ou na área do útero e malformações uterinas são algumas delas, elenca o médico.
“Causas fetais são minoria, por isso, essa data é importante para enfatizar a importância de um pré-natal adequado. Alguns desses fatores são detectáveis e manejáveis ao longo da gestação, diminuindo a gravidade da prematuridade ou até mesmo evitando um parto antecipado”, sublinha Bortolini.
Como alguns sistemas ainda estão em desenvolvimento no momento do nascimento de um prematuro, os órgãos não estão prontos para funcionar sozinhos na fase extrauterina. Assim, há comprometimento maior, especialmente do sistema respiratório, além de um risco de infecção mais crítico. Ao longo dos anos, crianças prematuras também podem – não é regra – ter alterações neurológicas, neuromotoras, na linguagem e auditivas. Em fase escolar, podem ter déficit de aprendizado.
“Quanto maior a prematuridade ou o comprometimento, mesmo com graus leves, há risco de alterações no desenvolvimento”, finaliza o pediatra e neonatologista.
DIA DA PREMATURIDADE NO HCI
Para marcar a data, o HCI sedia, na sexta-feira (17), o IV Simpósio de Neonatologia. Na programação, além de abordarem assuntos relacionados à saúde desses bebês, está prevista uma palestra sobre os direitos e deveres das puérperas que têm filhos na UTI neonatal. O encontro também contará com o depoimento de famílias que tiveram prematuros.
No sábado (18), em parceria com a Unijuí, o HCI participa da III Jornada da Prematuridade e I Caminhada da Prematuridade. O primeiro evento, contará com a participação de médicos do corpo clínico da instituição, que abordarão temas como cuidados durante a internação e o acompanhamento dos prematuros após a alta hospitalar.
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