Paciente oncológico do HCI volta a falar com ajuda de laringe eletrônica

  • 16 de abril de 2024
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Em decorrência de um câncer de laringe descoberto em 2022, Vilson Ott, de 56 anos, passou recentemente por uma laringectomia, procedimento de retirada da laringe, no Hospital de Clínicas Ijuí (HCI). Sem as cordas vocais, o agricultor autônomo de Santa Bárbara do Sul perdeu a capacidade de falar de maneira natural, o que o impede de se comunicar por meio da voz.

Para devolver a habilidade de falar a pacientes nessas condições, existe um pequeno aparelho chamado “laringe eletrônica”, utilizado como alternativa para melhorar a qualidade de vida e reintegrá-los à comunidade. Com um custo bastante elevado, o equipamento, que antes era adquirido somente com recursos próprios, via Estado ou judicialmente, passou a ser ofertado também pelo Sistema Único de Saúde (SUS), caso de Ott.

“A eletrolaringe é um importante método de reabilitação para quem passou por uma laringectomia. O dispositivo emite ondas sonoras contínuas ao encostar no pescoço e, a partir do movimento dos músculos, reproduz a voz eletronicamente”, explica a fonoaudióloga do HCI, Carine Siqueira.

Com o intuito de se acostumar e aprender a usar a laringe eletrônica, Vilson está passando por consultas de adaptação com a fonoaudióloga Lilian Espindola, que explica como funciona o processo:

“Agora, ele está na fase de reabilitação fonoaudiológica, pois não basta entregarmos o aparelho ao paciente sem um acompanhamento. Foram três meses se comunicando apenas por gestos, então é necessário fortalecer a musculatura e treinar a articulação para um resultado satisfatório. É um trabalho que leva tempo, mas é muito bom devolver a voz aos nossos pacientes”, afirma Lilian.

Prevenção

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimam 120 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço até 2025 no Brasil, sendo quase 8 mil tumores de laringe. O que tem chamado a atenção da comunidade médica é o número crescente de casos entre os jovens. Antes, a prevalência era maior em homens acima dos 40 anos – no entanto, nos últimos anos, tem se observado um aumento entre as mulheres e indivíduos a partir dos 20. O consumo excessivo de álcool, o tabagismo e os tipos de alto risco para o papilomavírus humano (HPV) são os principais fatores de risco.

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